quinta-feira, 14 de abril de 2016

Temer e sua "Ponte para o Futuro" de miséria para o povo




 Temer e sua "Ponte para o Futuro" de m
iséria para o povo





O PMDB que sempre foi "correia de transmissão" dos governos de plantão, agora pretende assumir o poder por meio de falcatruas, que sempre foi o "modus operandi" da atuação do partido. Michel Temer, operador do golpe, traidor como Silvério dos Reis, fez vazar propositalmente um vídeo em que se apesenta como sucessor da presidente Dilma. No vídeo tenta convencer que tudo seria mil maravilhas num possível governo seu. Que manteria todos os programas do atual governo. Veja o que estaria reservado, principalmente para os trabalhadores, se conseguissem  apear a Dilma do poder.
As medidas incluem a adoção do orçamento impositivo, com a desvinculação dos gastos constitucionais para saúde e educação. Na prática, isso desobriga o governo de destinar um determinado percentual de recursos do orçamento para as chamadas áreas essenciais. Outra ação prevista é que os benefícios previdenciários deixem de ter seu reajuste atrelado ao do salário mínimo.
O modelo Temer aponta a necessidade de reformas na Constituição e não descarta o aumento de impostos. No quesito desenvolvimento, a aposta do partido é pela execução de uma política centrada na iniciativa privada, com parcerias para complementar a oferta de serviços públicos.
As medidas são detalhadas no documento Uma Ponte para o Futuro, lançado pela Fundação Ulysses Guimarães, em outubro passado. “É um programa para o pós-impeachment. Foi escrito com um olho em 2018 e outro no pós-impeachment”, admite o deputado federal Darcísio Perondi (PMDB), ferrenho defensor do impeachment de Dilma. Questionado sobre a proposta de fim da vinculação constitucional para saúde e educação, ele desconversa. “Claro, essa questão dos recursos para saúde e educação é importante. Então, penso que suas desvinculações ocorrerão só após a desvinculação dos benefícios sociais e depois que se desvincular a previdência do salário mínimo.”
O deputado federal Alceu Moreira (PMDB) também defende a contenção. Sobre o fato de, entre as medidas, não constarem redução nas taxas de juros ou expansão do crédito, conforme espera uma parcela significativa da classe média, (que por sinal em sua maioria defende o golpe), ele é taxativo. “Não tem mágica (...) Então, por exemplo, vai ser preciso reduzir o tamanho do Estado e acabar com o atual modelo de ‘vagabundização’ remunerada que gera direito social sem obrigação de produção. Agora, quanto à taxa de juros, não se reduz por decreto, não.”
Saúde e educação
Acabar com as vinculações constitucionais estabelecidas, como no caso dos gastos com saúde e com educação.
Orçamento
Orçamento totalmente impositivo, com o fim das vinculações e de todas as indexações, para salários, benefícios previdenciários e tudo o mais. A cada ano, o Congresso, na votação do orçamento, decidirá, em conjunto com o Executivo, os reajustes que serão concedidos.
Salários
Permitir que as convenções coletivas prevaleçam sobre as normas legais, salvo quanto aos direitos básicos.
Previdência
Eliminar a indexação de qualquer benefício ao salário mínimo. O salário mínimo não é indexador de rendas, mas um instrumento próprio do mercado de trabalho. Os benefícios previdenciários dependem das finanças públicas e não devem ter ganhos reais atrelados ao crescimento do PIB, apenas a proteção do seu poder de compra.
Programas estatais
A cada ano, todos os programas estatais serão avaliados por um comitê independente, que poderá sugerir a continuação ou o fim do programa, segundo seus custos e benefícios. O Congresso será sempre soberano e dará a palavra final sobre a continuação ou fim de cada programa ou projeto.
Impostos
Realizar um vasto esforço de simplificação, reduzindo o número de impostos e unificando a legislação do ICMS, com a transferência da cobrança para o Estado de destino; desonerar exportações e investimentos; reduzir as exceções para que grupos parecidos paguem impostos parecidos. Qualquer ajuste de longo prazo deveria, em princípio, evitar aumento de impostos, salvo em situação de extrema emergência e com amplo consentimento social.
Juros e dívida pública
Alterar as regras de gestão da dívida pública a médio prazo, de modo gradual, à medida que os juros estiverem caindo naturalmente e a trajetória do endividamento mostrar-se consistentemente declinante no longo prazo. Ao mesmo tempo, é preciso repensar a ação do Branco Central nas dispendiosas operações de swap cambial.


quarta-feira, 23 de março de 2016

A teoria hipodérmica (inoculação)

A teoria hipodérmica (inoculação)

Nós, professores do Curso de Comunicação voltado para o jornalismo, nos primeiros semestres mostramos para os nossos alunos alguns princípios básicos para o bom jornalismo. Dois deles são a imparcialidade (ouvir todos os lados) e objetividade. Esses princípios são incompatíveis com a Teoria Hipodérmica. Teoria que surgiu na Alemanha idealizada por Joseph Goebbels, comunicador oficial do Partido Nacional Socialista (Nazista) de Adolf Hitler.
 Infelizmente a realidade que os nossos alunos vão encontrar no mercado midiático é totalmente o oposto que é mostrado na faculdade. Vão ser dominados pela mídia monopolizada, voltada para a notícia antiética e destruidora dos princípios da isenção e da verdade. A necessidade de sobrevivência vai escravizá-los obrigá-los a ser “boneco de ventríloquo” das grandes redes de comunicação. Serão obrigados a seguir os “onze princípios de Goebbesl”, mesmo que para isto tenha que destruir pessoas, famílias e o mundo.

Os 11 princípios do ministro da propaganda nazista, Joseph Goebbels
Qualquer semelhança com as práticas da mídia golpista brasileira é mera coincidência...
Conhece Joseph Goebbels, o violento ministro de propaganda de Hitler? Estes são os 11 princípios que levaram o povo alemão a tentar exterminar à humanidade:
 1.- Princípio da simplificação e do inimigo único.
 Simplifique não diversifique, escolha um inimigo por vez. Ignore o que os outros fazem concentre-se em um até acabar com ele.
2.-Princípio do contágio
Divulgue a capacidade de contágio que este inimigo tem.  Colocar um antes perfeito e mostrar como o presente e o futuro estão sendo contaminados por este inimigo.
 3.-Princípio da Transposição
 Transladar todos os males sociais a este inimigo.
4.-Princípio da Exageração e desfiguração
 Exagerar as más noticias até desfigurá-las transformando um delito em mil delitos criando assim um clima de profunda insegurança e temor. “O que nos acontecerá?”
 5.-Princípio da Vulgarização
 Transforma tudo numa coisa torpe e de má índole. As ações do inimigo são vulgares, ordinárias, fáceis de descobrir.
 6.-Princípio da Orquestração
 Fazer ressonar os boatos até se transformarem em notícias sendo estas replicadas pela “imprensa oficial’.
 7.-Princípio da Renovação
Sempre há que bombardear com novas notícias (sobre o inimigo escolhido) para que o receptor não tenha tempo de pensar, pois está sufocado por elas.
 
8.-Princípio do Verossímil
 Discutir a informação com diversas interpretações de especialistas, mas todas em contra do inimigo escolhido. O objetivo deste debate é que o receptor, não perceba que o assunto interpretado não é verdadeiro.
 9.-Princípio do Silêncio.
 Ocultar toda a informação que não seja conveniente.
 10.-Princípio da Transferência
 Potencializar um fato presente com um fato passado. Sempre que se noticia um fato se acresce com um fato que tenha acontecido antes
 11.-Princípio de Unanimidade
 Busca convergência em assuntos de interesse geral  apoderando-se do sentimento  produzido por estes e colocá-los em contra do inimigo escolhido.
 Qualquer semelhança com as práticas do PIG é pura coincidência....



 

segunda-feira, 14 de março de 2016

Que seja o Dia Internacional da Mulher

Que seja o Dia Internacional da Mulher
Trajano Jardim – Jornalista e Professor

No dia 8 de março é dedicado ao Dia Internacional da Mulher. Como outras datas históricas, esta também foi transformada numa pantomima explorada pela ideia do consumismo mercadológico. Dessa forma conseguem-se escamotear do povo os motivos que originaram essa data. Deformam o significado heróico. Assim, poucos ficam sabendo como e o porquê que se comemora em determinado dia. A própria mídia, como instrumento de dominação e poder do Estado, na sua maioria, omite os fatos históricos, muitas vezes de sacrifícios, e a áurea de sua existência.
O massacre de Nova York
Para resgatar a luta significativa das mulheres pelo seu espaço na sociedade e por liberdade, recordamos que o Dia Internacional da Mulher é comemorado desde 1910. Numa conferência internacional de trabalhadores, na Dinamarca, decidiram-se homenagear as 129 mulheres, que em 1857, 53 anos antes, foram brutalmente assassinadas pelas forças da repressão.
Naquele 8 de março, no frio inverno de 1857, as operárias da fábrica de tecidos Coton, de Nova York, na luta por melhores condições de trabalho; pela diminuição da jornada, que na época era de cerca de 16 horas; salários iguais aos dos homens (elas recebiam cerca de um terço do salário pago aos homens), realizaram uma grande greve. A paralisação foi total. A manifestação foi reprimida com brutal violência pela polícia. As operárias se refugiaram dentro da fábrica. Elas foram trancadas e o prédio foi incendiado. Essa ação cruel resultou na morte de 129 trabalhadoras tecelãs carbonizadas.
Somente em 1975, a criação da data foi oficializada pela Organização das Nações Unidas. E não foi apenas para relembrar tal acontecimento. O dia 8 de março é marcado para se debater sobre o papel da mulher na sociedade atual. É buscar caminhos para diminuir, cada vez mais, o preconceito, a violência contra a mulher e a desvalorização do público feminino nos locais de trabalho.
Apesar dos avanços conseguidos até agora, a mulher ainda sofre com a exploração da sua força de trabalho com baixos salários; a violência masculina e desvantagens na carreira profissional; a banalização do seu corpo como meio de persuasão e de convencimento para manter em alta o consumismo exacerbado conduzido pelo mercado.  
Que esta data seja conhecida não pela glamourização dos interesses do mercado, mas, pelo que ela expressa de heroísmo e lutas das mulheres do mundo inteiro.
Em homenagem à mulher educadora dedicamos o Poema de Cora Coralina.   
“... vive dentro de mim
a mulher do povo.
Bem proletária.
Bem linguaruda,
desabusada,
sem preconceitos,
de casca-grossa,
de chinelinha
e filharada.
Vive dentro de mim
a mulher roceira.
- enxerto de terra,
trabalhadeira. Madrugadeira ....
lutadora, sambista, feminista"
                                       (Cora Coralina)


segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Os equívocos do PT e o sonho de Lula


Escrevi um artigo acadêmico com análise da contribuição do Movimento Sindical na consolidação da democracia brasileira a partir da Constituinte de 1988. Na conclusão do trabalho cheguei à mesma observação de Boff. O Partido dos Trabalhadores cometeu um grave erro tático ao priorizar a política de coalizão presidencialista com partidos representantes das elites dominantes fisiológicas. Hoje está pagando por esse grave equívoco.
Trajano Jardim

Boff: PT cometeu equívoco fatal; aceitou a opção de Lula pelo problemático presidencialismo de coalizão e deixou de se articular com as bases
publicado em 07 de fevereiro de 2016 às 21:16               
Os equívocos do PT e o sonho de Lula

Durante quatro a cinco décadas houve vigorosa movimentação das bases populares da sociedade discutindo que “Brasil queremos”, diferente daquele que herdamos. Ele deveria nascer de baixo para cima e de dentro para fora, democrático, participativo e libertário. Mas consideremos um pouco os antecedentes histórico-sociais para entendermos por quê esse projeto não conseguiu prosperar.
É do conhecimento dos historiadores, mas muito pouco da população, como foi cruenta a nossa história tanto na Colônia, na Independência como no reinado de Dom Pedro I, sob a Regência e nos inícios do reinado de Dom Pedro II. As revoltas populares, de mamelucos, negros, colonos e de outros foram exterminadas a ferro e fogo, a maioria fuzilada ou enforcada. Sempre vigorou espantoso divórcio entre o Poder e a Sociedade. Os dois principais partidos, o Conservador e o Liberal, se digladiavam por pífias reformas eleitorais e jurídicas, porém jamais abordaram as questões sociais e econômicas.
O que predominou foi a entre os partidos e as oligarquias mas sempre sem o povo. Para o povo não havia conciliação mas submissão. Esta estrutura histórico-social excludente predominou até aos nossos dias.
No entanto, pela primeira vez, uma coligação de forças progressistas e populares, hegemonizadas pelo PT, vindo de baixo, chegou ao poder central. Ninguém pode negar o fato de que se conseguiu a inclusão de milhões que sempre foram postos à margem. Far-se-iam em fim as reformas de base?
Um governo ou governa sustentado por uma sólida base parlamentar ou assentado no poder social dos movimentos populares organizados.
Aqui se impunha uma decisão. Na Bolívia, Evo Morales Ayma buscou apoio na vasta rede de movimentos sociais, de onde ele veio como forte líder. Conseguiu, lutando contra os partidos. Depois de anos, construiu uma base de sustentação popular, de indígenas, de mulheres e de jovens a ponto de dar um rumo social ao Estado e lograr que mais da metade do Senado seja hoje composta por mulheres. Agora os principais partidos o apoiam e a Bolívia goza do maior crescimento econômico do Continente.
Lula abraçou a outra alternativa: optou pelo Parlamento no ilusório pressuposto de que seria o atalho mais curto para as reformas que pretendia. Assumiu o Presidencialismo de Coalizão. Líderes dos movimentos sociais foram chamados a ocupar cargos no governo, enfraquecendo, em parte, a força popular.
Para Lula, mesmo mantendo ligação com os movimentos de onde veio, não via neles o sustentáculo de seu poder, mas a coalizão pluriforme de partidos. Se tivesse observado um pouco a história, teria sabido do risco desta política de Coalização que atualiza a política de Conciliação do passado.
A Coalizão se faz à base de interesses, com negociações, troca de favores e concessão de cargos e de verbas. A maioria dos parlamentares não representa o povo mas os interesses dos grupos que lhes financiam as campanhas. Todos, com raras exceções, falam do bem comum, mas é pura hipocrisia. Na prática tratam da defesa dos bens particulares e corporativos. Crer no atalho foi o sonho de Lula que não pode se realizar.
Por isso, em seus oito anos, não conseguiu fazer passar nenhuma reforma, nem a política, nem a econômica, nem a tributária e muito menos a reforma agrária. Não havia base.
A “Carta aos Brasileiros” que na verdade era uma Carta aos Banqueiros, obrigou Lula a alinhar-se aos ditames da macroeconomia mundial. Ela deixava pouco espaço para as políticas sociais que foram aproveitadas tirando da miséria 36 milhões de pessoas. Nessa economia, o mercado dita as normas e tudo tem seu preço. Assim parte da cúpula do PT, metida nessa Coalizão, perdeu o contato orgânico com as bases, sempre terapêutico contra a corrupção. Boa parte do PT traiu sua bandeira principal que era a ética e a transparência.
E o pior, traiu as esperanças de 500 anos do povo. E nós que tanta confiança depositávamos no novo, com as milhares comunidades de base, as pastorais sociais e os grupos emergentes… Elas aprenderam articular fé e política. A mensagem originária de Jesus de um Reino de justiça a partir dos últimos e da fraternidade viável, apontava de que lado deveríamos estar: dos oprimidos. A política seria uma mediação para alcançar tais bens para todos. Por isso, as centenas de CEBs não entraram no PT; fundaram células dele e grupos, como instrumento para a realização deste sonho.
O partido cometeu um equívoco fatal: aceitou, sem mais, a opção de Lula pelo problemático presidencialismo de coalizão. Deixou de se articular com as bases, de formar politicamente seus membros e de suscitar novas lideranças.
E aí veio a corrupção do “mensalão” sobre o qual se aplicou uma justiça duvidosa que a história um dia tirará ainda a limpo. O “petrolão” pelos números altíssimos da corrupção, inegável, condenável e vergonhosa, desmoralizou parte do PT e parte das lideranças, atingindo o coração do partido.
O PT deve ao povo brasileiro uma autocrítica nunca feita integralmente. Para se transformar numa fênix que ressurge das cinzas, deverá voltar às bases e junto com o povo reaprender a lição de uma nova democracia participativa, popular e justa que poderá resgatar a dívida histórica que os milhões de oprimidos ainda esperam desde a colônia e da escravidão.
Apesar de tudo, e quer queiramos ou não, o PT representa, como disse o ex-presidente uruguaio Mujica, quando esteve entre nós, a alma das grandes maiorias empobrecidas e marginalizadas do Brasil. Essa alma luta por sua libertação e o PT redimido continua sendo seu mais imediato instrumento.
Quem cai sempre pode se levantar. Quem erra sempre pode aprender dos erros. Caso queira permanecer e cumprir sua missão histórica, o PT faria bem em seguir este percurso redentor.



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