quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Brasília quer um senador Ficha Limpa

Com a eleição do senador Rodrigo Rolemberg para o governo do Distrito Federal, a vaga para o Senado será aberta para seu suplente. O primeiro postulante ao cargo  é Hélio da Silva Lima, figura conhecida no mundo da política pelo apelido Hélio “Gambiarra”. Sindicalista e ex-dirigente do PT, hoje é filiado ao PSD. Hélio “Gambiarra” pode ser condenado pela lei da Ficha Limpa. 

Hélio, por ter sido processado na justiça comum, foi expulso do Partido dos Trabalhadores e ingressou no PSD ex-aliado que se tornou desafeto do socialista. Hélio José se candidatou para a Assembleia Legislativa neste ano, mas abandonou o projeto eleitoral sem fazer campanha. Recebeu  nas urnas, apenas seis votos.

O postulante ao cargo de senador do DF tem um currículo repleto de confusões. Foi acusado de abusar sexualmente uma sobrinha – a denúncia foi feita pelo próprio Rollemberg da tribuna do Senado. Denúncia que levou a desfiliação de Gambiarra do PT. Hélio é acusado também de ameaçar direcionar dossiês envolvendo a ministra Miriam Belchior com personagens ligados a Carlinhos Cachoeira.


O segundo suplente de Rodrigo Rolemberg é o sindicalista Cláudio Avelar, ex-presidente do sindicato da Policial Federal, membro do Diretório do PCdoB do Distrito Federal. 

Datafolha: Lula é considerado o melhor presidente da história do Brasil
Pesquisa mostra, também, crescimento da popularidade do PT em todo o País
O ex-presidente  Luiz Inácio Lula da Silva foi considerado o melhor presidente do Brasil por 64% dos entrevistados pela pesquisa Datafolha, divulgada em 8 de dezembro. O mesmo levantamento mostrou que o Partido dos Trabalhadores cresceu na preferência dos brasileiros.
O reconhecimento pelas realizações do governo Lula é registrado em todos os segmentos e é maior entre os jovens, com 64%, e 46%, entre os mais velhos. A região com maior aprovação foi a Norte (62%), seguida por Nordeste (68%). Entre os mais escolarizados, o petista teve o reconhecimento de 41%, e 36%, entre os mais ricos, a frente dos 32% de FHC.
Partido – Um comparativo feito pelo blog “O Cafezinho”, do jornalista Miguel do Rosário, mostra a recuperação da popularidade do PT entre os eleitores. Foi observado um crescimento de seis pontos percentuais entre a pesquisa realizada no dia 1º de setembro – um mês antes do primeiro turno das eleições – que mostrava o partido com 16% de preferência, para 22% no levantamento feito neste mês.
Entre as mulheres, a popularidade passou de 13% para 21%; e entre os mais jovens, com até 24 anos, passou de 12% para 21%.
O PT permanece, ainda, como o partido preferido dos mais ricos e com maior escolaridade. Entre os entrevistados com ensino superior, o PT garantiu 16% de preferência, contra 14% do PSDB. E entre os que ganham mais de 10 salários mínimos, o PT levou 17%, contra 13% do PSDB.
Até mesmo na região Sudeste, onde o PSDB conquista os melhores resultados nas urnas, a preferência pelo PT foi de 22%, a frente dos 9% para os tucanos.
Da Redação da Agência PT de Notícias


sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Conselho de Direitos Humanos protocola ação contra Bolsonaro

Além de acionar a PGR, grupo pedirá cassação do mandato do deputado apologista do estupro


O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) protocolou, nesta quinta-feira (11), representação contra o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) na Procuradoria Geral da República (PGR). O parlamentar agrediu, em discurso no plenário da Câmara dos Deputados, na terça-feira (9), a ex-ministra e deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) ao dizer que não a estupraria porque ela não merecia.
A representação contra Bolsonaro é o primeiro ato do Conselho de Direitos Humanos, empossado, na quarta-feira (10), pela presidenta Dilma Rousseff. O conselho também deverá ingressar com representação para pedir a cassação do mandato do deputado federal junto à Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados.
De acordo com a Secretaria de Direitos Humanos, a representação foi recebida pela vice procuradora-geral da República Ela Wieko. “No meu ponto de vista, há elementos muito fortes para um desfecho de ação penal. Essas declarações têm uma força de incitação ao crime, principalmente ao estupro das mulheres”, disse a procuradora, ao receber o documento.
Aos representantes do Conselho Nacional de Direitos Humanos, Ela Wieko explicou haver precedente para abertura de ação penal contra o deputado, pois os insultos também foram feitos fora do âmbito legislativo. Em entrevista ao jornal “Zero Hora”, de Porto Alegre, Bolsonaro repetiu as ofensas à Maria do Rosário e afirmou, ainda, que não a estupraria porque ela é feia.
“Ela não merece porque ela é muito ruim, porque ela é muito feia. Não faz meu gênero. Jamais a estupraria”, disse o deputado, por telefone, à reportagem publicada um dia após a polêmica no plenário da Câmara dos Deputados.
Os insultos proferidos por Bolsonaro nesta semana à deputada Maria do Rosário não são novidade e foram registrados também em 2003. Durante entrevista no Salão Verde da Câmara, o deputado do PP respondeu com a mesma declaração.
“Sou estuprador agora? Olha, jamais estupraria você porque você não merece”. No meio da confusão, ele chegou a empurrar a deputada e chamá-la de “vagabunda”.
Para a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e presidente do CNDH, Ideli Salvatti, com as declarações, Bolsonaro também faz apologia a um crime hediondo, o estupro.
“Não foi apenas a ofensa a uma parlamentar, mas sim contra todas as mulheres. Imaginar que alguém possa ser estuprado pela sua beleza ou não é indiscutivelmente um incentivo e quase que uma concordância com o crime de estupro”, criticou a ministra, ao protocolar a representação na PGR.
Por Mariana Zoccoli, da Agência PT de Notícias

Conselho de Direitos Humanos
protocola ação contra Bolsonaro

Além de acionar a PGR, grupo pedirá cassação do mandato do deputado apologista do estupro.
Ameaça de estupro à deputada Maria do Rosário poderá resultar em cassação de Bolsonaro

Saiu na Agência PT de Notícias:

CONSELHO DE DIREITOS HUMANOS PROTOCOLA AÇÃO CONTRA

 BOLSONARO


Além de acionar a PGR, grupo pedirá cassação do mandato do deputado apologista do estupro


Por Mariana Zoccoli


O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) protocolou, nesta quinta-feira (11), representação contra o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) na Procuradoria Geral da República (PGR). O parlamentar agrediu, em discurso no plenário da Câmara dos Deputados, na terça-feira (9), a ex-ministra e deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) ao dizer que não a estupraria porque ela não merecia.


A representação contra Bolsonaro é o primeiro ato do Conselho de Direitos Humanos, empossado, na quarta-feira (10), pela presidenta Dilma Rousseff. O conselho também deverá ingressar com representação para pedir a cassação do mandato do deputado federal junto à Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados.


De acordo com a Secretaria de Direitos Humanos, a representação foi recebida pela vice procuradora-geral da República Ela Wieko. “No meu ponto de vista, há elementos muito fortes para um desfecho de ação penal. Essas declarações têm uma força de incitação ao crime, principalmente ao estupro das mulheres”, disse a procuradora, ao receber o documento.


Aos representantes do Conselho Nacional de Direitos Humanos, Ela Wieko explicou haver precedente para abertura de ação penal contra o deputado, pois os insultos também foram feitos fora do âmbito legislativo. Em entrevista ao jornal “Zero Hora”, de Porto Alegre, Bolsonaro repetiu as ofensas à Maria do Rosário e afirmou, ainda, que não a estupraria porque ela é feia.


“Ela não merece porque ela é muito ruim, porque ela é muito feia. Não faz meu gênero. Jamais a estupraria”, disse o deputado, por telefone, à reportagem publicada um dia após a polêmica no plenário da Câmara dos Deputados.


Os insultos proferidos por Bolsonaro nesta semana à deputada Maria do Rosário não são novidade e foram registrados também em 2003. Durante entrevista no Salão Verde da Câmara, o deputado do PP respondeu com a mesma declaração.


“Sou estuprador agora? Olha, jamais estupraria você porque você não merece”. No meio da confusão, ele chegou a empurrar a deputada e chamá-la de “vagabunda”.


Para a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e presidente do CNDH, Ideli Salvatti, com as declarações, Bolsonaro também faz apologia a um crime hediondo, o estupro.


“Não foi apenas a ofensa a uma parlamentar, mas sim contra todas as mulheres. Imaginar que alguém possa ser estuprado pela sua beleza ou não é indiscutivelmente um incentivo e quase que uma concordância com o crime de estupro”, criticou a ministra, ao protocolar a representação na PGR.


quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

A colunista do Brasil247, Tereza Cruvinel, denuncia na sua coluna o "ovo da serpente" que está sendo gestado no TSE, a partir da figura sinistra do ministro Gilmar Mendes, encarregado de promover o 2º turno das eleições presidenciais, em favor do tucanato que não admite ter perdido, mais uma vez, para as forças progressistas. 

03/12/2014

Medidas sugerem que ele procura conexões entre Lava Jato e campanha

Aonde o ministro Gilmar Mendes quer chegar com a “devassa” que, segundo O Globo, está fazendo na prestação de contas da campanha da presidente Dilma?
Os mais ingênuos podem ter acreditado na declaração inicial dele, inclusive ao 247, de que “se não tem problemas estará tudo ok”. Os mais realistas sabem que Gilmar fará tudo o que estiver ao alcance de seus poderes para “encontrar” problemas. As medidas que ele estará tomando, inéditas no exame de prestações de contas, são claramente indicadoras das suspeitas que o movem: a de uma conexão entre os principais doadores da campanha, que são empreiteiras, e o esquema de corrupção na Petrobrás.

Quando o ministro pede à Receita que informe se as empresas extrapolaram o limite de doação (2% do faturamento bruto anual) e se o valor doado é compatível com o faturamento, e ainda quando requer ao Banco Central o envio dos extratos que comprovam os repasses, o ministro externa duas suspeitas. No primeiro caso, a de que algumas empresas podem ter agido apenas como repassadoras de dinheiro ilícito, doando além do limite e do próprio faturamento. No segundo caso, quando pede os extratos comprovando que o dinheiro realmente foi depositado na conta do partido ou da campanha, a suspeita é a de que algumas empresas podem ter feito apenas um “acerto contábil” e uma legalização de recursos já repassados, seja lá de que origem for.
Não é preciso perguntar quem está na mira de Gilmar. São as empresas investigadas pela Operação Lava Jato. Sete das dez envolvidas fizeram doações importantes para a campanha de Dilma: Juntas, doaram R$ 49,2 milhões para Dilma (14% do total arrecadado). São elas Odebrecht, UTC, Queirós Galvão, Camargo Corrêa, Galvão Engenharia. A Engevix doou para os comitês estaduais. Cinco das investigadas foram generosas também com Aécio, doando R$ 15,17 milhões (7,5% do total arrecadado). São elas OAS, Odebrecht, Brasken, Queirós Galvão e Camargo Corrêa.

Pau que bate em Chico bate em Francisco? Aparentemente. Se elas doaram para os dois, tudo fica na conta de nosso podre sistema de financiamento de campanhas, que permite relações incestuosas entre o Estado e o setor privado. Mas há uma diferença em relação a Dilma. Se encontrada a conexão que Gilmar procura,  a oposição ganharia o discurso de que houve crime de responsabilidade, cabendo a abertura de processo de impeachment. Dificilmente este terceiro turno conseguiria seus objetivos mas a algaravia política aumentaria muito. Já está alta.


terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Brasília quer um senador Ficha Limpa

Com a eleição do senador Rodrigo Rolemberg para o governo do Distrito Federal, a vaga para o Senado será aberta para seu suplente. O primeiro postulante ao cargo  é Hélio da Silva Lima, figura conhecida no mundo da política pelo apelido Hélio “Gambiarra”. Sindicalista e ex-dirigente do PT, hoje é filiado ao PSD. Hélio “Gambiarra” pode ser condenado pela lei da Ficha Limpa. 

Hélio, por ter sido processado na justiça comum, foi expulso do Partido dos Trabalhadores e ingressou no PSD ex-aliado que se tornou desafeto do socialista. Hélio José se candidatou para a Assembleia Legislativa neste ano, mas abandonou o projeto eleitoral sem fazer campanha. Recebeu  nas urnas, apenas seis votos.

O postulante ao cargo de senador do DF tem um currículo repleto de confusões. Foi acusado de abusar sexualmente uma sobrinha – a denúncia foi feita pelo próprio Rollemberg da tribuna do Senado. Denúncia que levou a desfiliação de Gambiarra do PT. Hélio é acusado também de ameaçar direcionar dossiês envolvendo a ministra Miriam Belchior com personagens ligados a Carlinhos Cachoeira.


O segundo suplente de Rodrigo Rolemberg é o sindicalista Cláudio Avelar, ex-presidente do sindicato da Policial Federal, membro do Diretório do PCdoB do Distrito Federal. 

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Aécio, o Capriles brasileiro, tem de ser interpelado judicialmente


Jeferson Miola, integrante do Instituto de Debates, Estudos e Alternativas de Porto Alegre (Idea), foi coordenador-executivo do 5º Fórum Social Mundial

Ou Aécio perdeu o juízo ou então se presume intocável e impune com as declarações que fez dizendo que perdeu as eleições para uma 'organização criminosa'.



“Na verdade, Roberto, eu não perdi a eleição para um partido político. Eu perdi a eleição para uma organização criminosa que se instalou no seio de algumas empresas brasileiras e patrocinada por esse grupo político que aí está”.

Programa Conexão Roberto D´Ávila, Globo News, 30/11/2014.


A obsessão histérica de certos integrantes do judiciário, da oposição e da mídia com o “risco bolivariano” [sic] atende ao objetivo de “venezuelizar” a maneira de fazer oposição ao governo. É um simulacro da direita para legitimar a torpeza do padrão político e de oposição selvagem ao governo Dilma.

Com grande cinismo, usam uma lente e uma linguagem delirante para atribuir ao governo Dilma supostas características “bolivarianas” que, em contrapartida, justificariam a adoção de comportamento idêntico ao da direita fascista da Venezuela.

Ritos ordinários fixados na Constituição Brasileira, como a nomeação de Ministros para o STF, são denunciados como provas do tal “risco bolivariano”. O que dizer, então, da proposta de participação da sociedade civil que está concebida na Constituição e Leis do país!?

A cultura política venezuelana não tem identidade com a do Brasil. O processo político venezuelano tem sua singularidade e uma dinâmica própria. Aquela é uma realidade complexa, onde tanto governo como oposição têm problemas sérios e cometem erros importantes.

Goste-se ou não do processo em andamento na Venezuela, é essencial se reconhecer que ele é legitimado por uma ordem constitucional fundada nos princípios da democracia representativa e participativa, inclusive com previsão para interromper mandatos através de referendos e plebiscitos. Apesar disso, a oposição conservadora venezuelana, inconformada com as sucessivas derrotas eleitorais, parte para a sabotagem das regras constitucionais, promove enfrentamentos, violência e caos para incendiar o país.

Henrique Capriles Radonski, governador do Estado de Miranda, é uma das principais expressões dessa direita, cuja delinquência política só é eclipsada pelo “cachorro louco” Leopoldo López, seu antigo parceiro de aventuras golpistas que optou por uma tática insurrecional para derrubar o governo do Presidente Nicolás Maduro.

No Wikipédia, Capriles está assim apresentado: “Apesar da origem judaica, é católico praticante, tendo até integrado a seção venezuelana da organização católica Tradição, Família e Propriedade na década de 1980. Começou sua carreira na política pelo partido de direita Copei. Em 2000, ao lado do conservador Leopoldo López, fundou o partido Primera Justicia. Ainda em 2000, Capriles aproximou-se do International Republican Institute (IRI), organização vinculada ao Partido Republicano dos Estados Unidos. Desde então, passou a ser conhecido como um dos principais opositores do governo venezuelano. Em 2002, participou ativamente do golpe de Estado contra o Presidente Hugo Chávez. No pleito presidencial de 7 de outubro de 2012, Capriles saiu derrotado por Hugo Chávez, por mais de 10% dos votos”.

Em 14 de abril de 2013, na eleição convocada devido à morte de Hugo Chávez, Nicolás Maduro foi eleito com 50,66% dos votos contra 49,07% de Capriles. Inconformado com a derrota, Capriles tentou, sem êxito, lançar uma campanha internacional contra a democracia venezuelana, e deu início à escalada de violência política, sabotagem econômica e desestabilização do governo que marca a sociedade venezuelana ainda nos dias de hoje.

No Brasil, a inconformidade da direita com a derrota eleitoral foi idêntica. O PSDB inventou um pedido de auditoria no TSE para lançar suspeição sobre o resultado eleitoral.

Lamentavelmente, na sua ação política, a direita brasileira adota os mesmos critérios da direita fascista e antidemocrática venezuelana. Com a reeleição da Dilma, o PSDB e partidos satélites [DEM, SDD, PPS], certos setores do Judiciário, o capital financeiro e a mídia oposicionista passaram à truculência sem limites.
 
Assumem, dessa forma, as consequências de uma radicalização que poderá dominar a sociedade, porque a maioria democrática do país certamente não silenciará ante as ameaças golpistas.

Aécio, como seus gestos e discursos demonstram, vestiu o figurino de Capriles da sociedade brasileira, e inaugurou um perigoso padrão de disputa. Esse padrão tem encorajado manifestações tresloucadas de impeachment, assim como movimentos que afrontam a Constituição e as Leis ao apregoar golpe militar – acompanhados com o surpreendente silêncio do Ministério Público e do Poder Judiciário.

Ou Aécio perdeu o juízo ou então se presume intocável e impune com as declarações que faz. Afirmar que perdeu a eleição “para uma organização criminosa que se instalou no seio de algumas empresas brasileiras e patrocinada por esse grupo político que aí está”, é uma acusação da maior gravidade que merece ser apurada com o máximo rigor.

Se espera que o PT e o governo interpelem judicialmente Aécio, para que ele tenha a oportunidade de comprovar essa grave acusação.

Ao invés de se converter nessa sucursal bastarda da direita venezuelana, Aécio poderia se civilizar lendo o artigo “Nunca se roubou tão pouco”, do empresário e peessedebista Ricardo Semler na FSP.

Lendo este insuspeito autor, Aécio e a direita poderiam finalmente aprender que uma oposição digna e democrática no Brasil não só é necessária, como é possível.

terça-feira, 25 de novembro de 2014



Política
Editorial
As mãos sujas
Que Deus ouça a presidenta Dilma, mas o fenômeno é o de sempre
por Mino Carta — publicado 21/11/2014 05:57
ernando Henrique, 
Admitia um parlamentar do Partido Democrata-Cristão da Itália, envolvido na célebre Operação Mãos Limpas: “Os partidos são máquinas de caça-níqueis”. A frase será certamente muito apreciada por todos aqueles que enxergam nos políticos em geral outros tantos ladrões. Nem por isso vale em todas as circunstâncias, embora em parte não destoasse quando foi pronunciada e tampouco destoe no Brasil de hoje.
Pretende-se semelhança entre a nossa Operação Lava Jato e a Operação Mãos Limpas dos começos dos anos 90. Ambas visam devassar e condenar esquemas corruptos, mas há mais diferenças do que parecenças. Aquelas, de saída. Tanto a Mãos Limpas quanto a Lava Jato resultam de uma investigação inicial a respeito de fato e personagens de porte miúdo. Tampas pequenas para panelões ferventes.
As duas operações apresentam os rostos de figuras centrais, o PM Antonio Di Pietro e o juiz Sergio Moro. Na Itália, o grande inquisidor Di Pietro foi logo secundado por um pool de juízes e a operação levou à cadeia mais de mil cidadãos, atingidos ao cabo por condenações inflexíveis e amiúde longas. Políticos e empresários. Alguns destes mataram-se antes de ser presos. O político que dominara por dez anos, o líder socialista e primeiro-ministro Bettino Craxi, condenado a oito anos de cárcere, fugiu para a Tunísia, a salvo da extradição.
A comparação entre o PT e o PCI exibe outra diferença. Ao contrário daquele, a se revelar igual a todos os demais partidos brasileiros, não houve condições de provar que políticos comunistas de qualquer escalão tivessem embolsado um único, escasso tostão, conquanto não fossem isentados de meticulosas investigações.
O desfecho da Mãos Limpas foi a implosão da Primeira República, nascida no imediato pós-Guerra. Nem sempre este gênero de terremoto produz bons resultados, além do ataque à corrupção, eficaz de saída. No vazio de poder que se seguiu, ao vir à luz a Segunda República, instalou-se um predador clownesco chamado Silvio Berlusconi, enquanto o PCI mudava de nome, chamuscava a sua identidade e se perdia em disputas internas.
Eis aí uma lição que seria oportuno aproveitar: a antipolítica sempre deságua em desastre. Em nome da negação da política, tida como origem de todos os males e de todas as mazelas, as ideologias chamadas a nutrir o debate responsável são abandonadas em proveito do desarme da consciência. Ou, por outra, da promoção da ignorância, do preconceito, do equívoco. No Brasil, um pensamento antipolítico leva ao fortalecimento da casa-grande e incentiva a mídia nativa no seu esforço de despolitização de quantos a leem ou ouvem.
Aonde nos conduz a Operação Lava Jato não é fácil prever. Creio que o juiz Moro queira apenas e tão somente fazer justiça e creio que esta venha a ser aplicada com todo o rigor. Tenho outra certeza: este processo vai confirmar o pecado capital da política à brasileira, cometido desde sempre. Gostaria, portanto, que outros fatos a enodoar o passado da política brasileira viessem à tona, inclusive os ocorridos em tempos recentes, antes da primeira vitória de Lula.
Pois então, em um arroubo de pacata ilusão, proponho: chamemos o tão falante Fernando Henrique Cardoso, erguido no alto de livros que ninguém leu, para que explique como se deu a privatização das Comunicações, a maior bandalheira da história do Brasil. Ou de como foi feliz na compra de votos para conseguir a sua reeleição. Ou de que maneira foram enterrados os casos Sivam e Pasta Rosa. Nesta terra pretensamente abençoada por Deus, uma multidão implora pelo definitivo triunfo da moral, com M grande, e não se incomoda com quem inaugurou a transgressão. A maioria, por viver no limbo, alguns por hipocrisia.
Se a Operação Lava Jato cumprisse o cauteloso vaticínio da presidenta Dilma, ao imaginá-la capaz de provocar uma mudança positiva nos hábitos políticos do País (e eu gostaria se também fossem comportamentais para a sociedade em peso), que bem venha. Até para impedir, daqui para a frente, que somente pobres e petistas sigam para a cadeia.


segunda-feira, 24 de novembro de 2014

O STF ABSOLVE O “CAIXA DOIS”

Por Trajano Jardim*
Com a conclusão da Ação Penal 470, o Supremo Tribunal Federal, na maioria dos casos, atropelou normas jurídicas internacionais. Não chega a ser novidade. Ao longo da história, o STF cometeu muitas violações para satisfazer os interesses dos senhores da “casa grande” contra a maioria da “senzala”.

Uma das mais significativas castrações de direitos, coletivos e individuais, ocorreu em 1946, quando a corte cassou o mandato dos constituintes eleitos pelo Partido Comunista Brasileiro. Dentre eles, o senador Luís Carlos Prestes.

Outra violação de direitos perpetrada pelo STF foi em 1964. O Supremo, representado pelo seu presidente à época, chancelou a posse de Ranieri Mazzilli na trágica noite do golpe militar, quando o presidente João Goulart ainda se encontrava em território nacional. Assim, a suprema corte, que tinha sob sua responsabilidade defender a Carta Magna, ainda vigente, fazia-se avalista de sua ruptura.

Vários dos eminentes ministros do STF, no curso do julgamento da Ação Penal 470, que a grande mídia (em revanche contra as derrotas eleitorais sofridas nos últimos 12 anos), achou por bem chamar de “mensalão”, têm declarado que “este é o maior escândalo de corrupção havido no Brasil”. Para alguns deles, chegou a abalar a República.

RECORDAR É VIVER

Parece certo quando se diz que o Brasil é um país sem memória. Pelo visto os supremos juízes da nossa suprema corte, também as têm. Em 1997, surgiram gravações de escutas telefônicas com fortes evidências de que havia um esquema para compra de votos de deputados arregimentados por Sérgio Motta, o Serjão, então ministro das Comunicações.

A Folha de S.Paulo, apesar de defensora do governo do PSDB, foi o primeiro veículo a apontar o escândalo. E na sequência de reportagens, o jornal criou um “selo” com a frase: “Reeleição comprada?” para ilustrar o assunto. Faziam parte do esquema, os governadores Orleir Cameli (AC) e Amazonino Mendes (AM) e dois deputados, João Maia, egresso do PT e Ronivon Santiago, ambos do PFL, integravam o projeto.

Na  edição de maio de 1997, a Folha de S. Paulo,  publicou extensa matéria com transcrição da gravação de uma conversa na qual os Deputados Ronivon Santiago e João Maia, ambos do PFL do Acre, confessavam ao repórter Fernando Rodrigues, ter recebido R$ 200 mil para votar a favor da emenda constitucional que instituía a reeleição para presidente da República, governadores e prefeitos. Naquele momento a emenda já havia sido aprovada na Câmara dos Deputados e aguardava a votação no Senado.

Assim, podemos concluir que os votos proferidos pelos ministros do STF na Ação 470, ou são peças de retórica para satisfazer a imprensa julgadora, ou eles não conhecem a história política do Brasil. O que não parece ser o caso.

A CULTURA DA CORRUPÇÃO NO BRASIL

Apesar do liberalismo defendido pelas elites brasileiras, o Estado sempre interveio para proteger o setor exportador, principalmente os cafeicultores, os socorrendo com recursos públicos, quando o valor das exportações se desvalorizava. Na República Velha, dois estados tiveram a liderança política: São Paulo e Minas Gerais.

Em 1891, é promulgada a primeira Constituição republicana, inspirada na Constituição norte-americana. Nela se estabelecia o federalismo e o presidencialismo como princípios norteadores do regime republicano. Esse período foi dirigido principalmente pelas oligarquias paulista e mineira, ligadas ao  setor agroexportador, representado pelos cafeicultores paulistas que constituía o setor mais dinâmico da economia brasileira.

Transportando o problema da corrupção à nossa época podemos lembrar, em poucas palavras, o que dizia o ministro Romildo de Souza, corregedor geral do TSE, sobre o processo eleitoral de 1989/1990 “O modo como o abuso econômico pode afetar a moralidade do processo eleitoral sofistica-se a cada dia. No passado este abuso acontecia no varejo: os candidatos e seus amigos procuravam, de forma individualizada, influir no processo”.

Para o corregedor Romildo, nas campanhas mais recentes a forma de corrupção do poder econômico e de comprometimento do processo eleitoral, é menor em face de outras formas mais sofisticadas, como o emprego da televisão e meios rápidos de transportes, movimentam grandes somas que corrompem a lisura do processo.

A banalização do uso do caixa 2 como forma de burlar o grande número de impostos e taxas aos quais os brasileiros são submetidos, faz dessa prática um hábito incrustrado na sociedade em todos os seus seguimentos. É reconhecido que o cenário político é o extrato social do país em que essa prática aparece com mais força.

A cada campanha política os escândalos se sucedem envolvendo políticos. As chamadas “doações” de empresários para candidatos e organizações partidárias, não são inocentes, são na verdade subornos, para beneficiar candidatos com potencial eleitoral. É a partir desse fenômeno que se inicia as relações escusas que, de há muito, é do conhecimento do judiciário, conforme constatação do ministro Romildo de Souza.

Em uma decisão política, onde prevaleceu à pressão midiática, o STF preteriu o processo da Ação Penal 536, que envolve políticos do PSDB, cujo relator, coincidentemente, é o ministro Joaquim Barbosa, e optou por julgar o processo relativo à base do governo Lula. A partir desta opção e pela tese defendida abertamente pelo relator de "flexibilização de provas", pode-se dizer que a opção do STF foi de não enfrentar de frente o problema do “caixa dois”.

A condenação da política do Caixa 2, pelo STF,  levaria a corte a, forçosamente, propor a reforma política, com a instituição do financiamento público de campanha, que tem sido defendido, de há muito, pelas forças progressistas, para inibir a corrupção,  os favores eleitorais e as “vendas” por altas quantias do “tempo de televisão”.

Parece que as pressões midiáticas e das elites dominantes, levaram os nossos ministros do STF a optar pela luta de egos entre eles a dar fim ao lodaçal da política brasileira que envolve os partidos e políticos de “cabo a rabo”.  Muito mais cômodo se voltar para os holofotes da mídia e  encaminhar a acusação em sentido contrário a tese da defesa dos réus e absolver a prática que envolve todo o parlamento.

Assim, por obra e graça do STF, a praga do “caixa 2” vai continuar serelepe pulando num pé só feito saci-pereré gozando da cara do leitor. Enquanto isso, a tese do “domínio do fato” do senhor Barbosa vai alimentando as ânsias golpistas da “casa-grande” contra a presidente Dilma.

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Jornalista Profissional/Professor Universitário


sexta-feira, 21 de novembro de 2014


 Artigo publicado na folha de s.paulo, na SEXTA-FEIRA, 21 DE NOVEMBRO DE 2014
RICARDO SEMLER
TENDÊNCIAS/DEBATES

Nunca se roubou tão pouco

Não sendo petista, e sim tucano, sinto-me à vontade para constatar que essa onda de prisões de executivos é um passo histórico para este país
Nossa empresa deixou de vender equipamentos para a Petrobras nos anos 70. Era impossível vender diretamente sem propina. Tentamos de novo nos anos 80, 90 e até recentemente. Em 40 anos de persistentes tentativas, nada feito.
Não há no mundo dos negócios quem não saiba disso. Nem qualquer um dos 86 mil honrados funcionários que nada ganham com a bandalheira da cúpula.
Os porcentuais caíram, foi só isso que mudou. Até em Paris sabia-se dos "cochons des dix pour cent", os porquinhos que cobravam 10% por fora sobre a totalidade de importação de barris de petróleo em décadas passadas.
Agora tem gente fazendo passeata pela volta dos militares ao poder e uma elite escandalizada com os desvios na Petrobras. Santa hipocrisia. Onde estavam os envergonhados do país nas décadas em que houve evasão de R$ 1 trilhão --cem vezes mais do que o caso Petrobras-- pelos empresários?
Virou moda fugir disso tudo para Miami, mas é justamente a turma de Miami que compra lá com dinheiro sonegado daqui. Que fingimento é esse?
Vejo as pessoas vociferarem contra os nordestinos que garantiram a vitória da presidente Dilma Rousseff. Garantir renda para quem sempre foi preterido no desenvolvimento deveria ser motivo de princípio e de orgulho para um bom brasileiro. Tanto faz o partido.
Não sendo petista, e sim tucano, com ficha orgulhosamente assinada por Franco Montoro, Mário Covas, José Serra e FHC, sinto-me à vontade para constatar que essa onda de prisões de executivos é um passo histórico para este país.
É ingênuo quem acha que poderia ter acontecido com qualquer presidente. Com bandalheiras vastamente maiores, nunca a Polícia Federal teria tido autonomia para prender corruptos cujos tentáculos levam ao próprio governo.
Votei pelo fim de um longo ciclo do PT, porque Dilma e o partido dela enfiaram os pés pelas mãos em termos de postura, aceite do sistema corrupto e políticas econômicas.
Mas Dilma agora lidera a todos nós, e preside o país num momento de muito orgulho e esperança. Deixemos de ser hipócritas e reconheçamos que estamos a andar à frente, e velozmente, neste quesito.
A coisa não para na Petrobras. Há dezenas de outras estatais com esqueletos parecidos no armário. É raro ganhar uma concessão ou construir uma estrada sem os tentáculos sórdidos das empresas bandidas.
O que muitos não sabem é que é igualmente difícil vender para muitas montadoras e incontáveis multinacionais sem antes dar propina para o diretor de compras.
É lógico que a defesa desses executivos presos vão entrar novamente com habeas corpus, vários deles serão soltos, mas o susto e o passo à frente está dado. Daqui não se volta atrás como país.
A turma global que monitora a corrupção estima que 0,8% do PIB brasileiro é roubado. Esse número já foi de 3,1%, e estimam ter sido na casa de 5% há poucas décadas. O roubo está caindo, mas como a represa da Cantareira, em São Paulo, está a desnudar o volume barrento.
Boa parte sempre foi gasta com os partidos que se alugam por dinheiro vivo, e votos que são comprados no Congresso há décadas. E são os grandes partidos que os brasileiros reconduzem desde sempre.
Cada um de nós tem um dedão na lama. Afinal, quem de nós não aceitou um pagamento sem recibo para médico, deu uma cervejinha para um guarda ou passou escritura de casa por um valor menor?
Deixemos de cinismo. O antídoto contra esse veneno sistêmico é homeopático. Deixemos instalar o processo de cura, que é do país, e não de um partido.
O lodo desse veneno pode ser diluído, sim, com muita determinação e serenidade, e sem arroubos de vergonha ou repugnância cínicas. Não sejamos o volume morto, não permitamos que o barro triunfe novamente. Ninguém precisa ser alertado, cada de nós sabe o que precisa fazer em vez de resmungar.

    terça-feira, 18 de novembro de 2014

    Sinepe-DF é condenado por litigância de má-fé

    18/11/2014

    A Primeira Seção Especializada do TRT 10ª Região julgou, na tarde desta terça-feira (23),  embargos de declaração impetrado pelo Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino no Distrito Federal (Sinepe-DF).
    A Corte conheceu em parte os embargos de declaração, rejeitou a preliminar de nulidade e, no mérito, negou-lhe provimento. Foi aplicado ao Sinepe-DF multa por litigância de má-fé e multa por uso de embargos manifestamente protelatórios, além de ter sido determinado que a OAB seja oficiada para fins disciplinares pertinentes.
    Entenda o caso
    No dia 23 de outubro deste ano a  Primeira Seção Especializada do TRT 10ª Região julgou dissídio coletivo ajuizado pelo Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino no Distrito Federal (Sinproep-DF) em face do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino no Distrito Federal (Sinepe-DF).
    Na ocasião os magistrados fixaram 12% de reajuste e recompensação de perdas salariais para toda a categoria, a ser calculado sobre os salários do período de maio de 2013 a abril de 2014. E mais 11% desde maio de 2014 a abril de 2015.
    Os pisos salariais sofreram alavancagem de 20% para os professores da Educação Infantil e do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental e 10% para os professores do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, Ensino Médio e Ensino Fundamental de Jovens e Adultos.
    Foi determinado que os valores deveriam ser pagos corrigidos, no máximo em seis parcelas consecutivas. Observadas as compensações em relação aos profissionais que já receberam aumentos voluntários das escolas.
    No julgamento ficou definido ainda o pagamento de duas horas semanais para remunerar as atividades desenvolvidas fora da sala de aula, conhecidas como “horas de atividade”. E os professores irão receber também, a título indenizatório (abono salarial ou participação nos lucros e resultados), duas parcelas anuais de 6% do salário: a primeira ainda em 2014, e a segunda em 2015.
    Processo nº 0000268-02-2013.5.10.0000 (PJe-JT)
    (Aline Rodriguez/RC)
    Matéria informativa, sem cunho oficial. Permitida reprodução mediante citação da fonte. Núcleo de Comunicação Social - TRT 10ª Região – DF e Tocantins. Tel. (61) 3348-1321/imprensa@trt10.jus.br

    quinta-feira, 13 de novembro de 2014

    Saiu no Blog do Kennedy:

    ‘SE PRESIDIR CÂMARA, ENGAVETO REGULAÇÃO DA MÍDIA’


    Revelação de acusados na Lava Jato não pode paralisar Congresso em 2015, diz líder do PMDB


    ISABELA HORTA

    Brasília


    O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), diz que, se eleito presidente da Câmara dos Deputados, vai colocar “na gaveta” o projeto de regulação da mídia que a presidente Dilma Rousseff pretende elaborar.


    “Regulação de mídia jamais. Eu colocaria na gaveta. Não faz parte do meu propósito. Eu sou muito claro, transparente para que todos saibam que eu eleito presidente da Câmara não darei curso a um projeto de regulação de mídia”, afirma Cunha.


    O líder do PMDB avalia que a futura revelação dos nomes de deputados e senadores acusados nas delações premiadas da Operação Lava Jato não afetará o funcionamento da Congresso. “Da minha parte não travará. Eu acho que tem de funcionar como prevê a Constituição, o regimento da Câmara e, provavelmente, do Senado.”


    Segundo ele, será inevitável a instalação de uma nova CPI no Congresso para investigar a corrupção na Petrobras. “Não há condições políticas da gente dizer que não apoiará. Claro que temos de apoiar. Efetivamente, essa investigação foi interrompida por fatos supervenientes a ela.”


    Cunha diz que advogados do ex-diretor de Abastecimento e Refino Paulo Roberto Costa lhe disseram que ele não foi citado na delação premiado, contrariando relato da revista “IstoÉ”. “Foi uma citação vaga de uma revista, que tinha outras citações vagas, e que efetivamente mandaram me desmentir. [...] Mandei meus advogados consultarem. Não houve citação do Paulo Roberto. O que também não teria nenhum problema de ter citação, porque citação não implicaria ter nenhum comprometimento.”


    A respeito da disputa pela presidência da Câmara, ele diz que os deputados não aceitariam a eleição de um petista nem do rodízio acordado entre PT e PMDB. “A Casa não vê com bons olhos, a sua maioria, que o PT, já que está no Poder Executivo, comande o Poder Legislativo. E não dá pra nós, PT e PMDB, mesmo que nós concordássemos em fazer um acordo de divisão, de rodízio, a Casa não aceitaria.”


    Cunha rebate as críticas de que seria um adversário do Palácio do Planalto. “Em primeiro lugar, eu não sou inimigo do governo. Em segundo lugar, quanto a presidente gosta ou deixa de gostar [de mim], eu nunca ouvi falar.” Ele afirma que “não quer ser submisso ao governo nem quer ser candidatura de oposição” em uma eventual disputa pela presidência da Câmara.


    Para o deputado, a relação de Dilma com o Congresso Nacional será mais difícil a partir de 2015. “Na medida em que você tem uma divisão maior e uma oposição mais aguerrida, é claro que a Casa ficará mais difícil no seu dia-a-dia. Então, é importante que se lide através do diálogo, que a própria presidente propôs.”


    Eduardo Cunha considera “um absurdo” os pedidos de impeachment que circulam nas redes sociais. “Nós não podemos fazer um segundo turno eleitoral praticamente duas semanas depois das eleições. Não dá pra gente querer, como se diz, ganhar com gol de mão depois que o resultado acabou.”


    Cunha afirma ser favorável a PEC da Bengala, proposta de emenda à Constituição que amplia de 70 para 75 anos a idade limite para aposentadoria compulsória dos magistrados. “São pessoas que estão na sua plenitude intelectual. Expectativa de vida de 70 anos, quando foi feito isso na constituição de 88, hoje é completamente diferente.”

    PINGUE-PONGUE

    GETÚLIO VARGAS: É um ícone do trabalhismo e de uma certa parte da história brasileira.

    JUSCELINO KUBITSCHEK: É um empreendedor. Ele tem o espírito do empreendedorismo.

    JÂNIO QUADROS: Na política, tem algumas coisas que a gente deve evitar e alguns princípios, pelo menos os originais, a vassoura, aquelas coisas todas daqueles princípios, são princípios bons.

    JOÃO GOULART: É a antítese de algumas coisas. Foi justamente aquilo que acabou levando ao que nós não queríamos que acontecesse nesse momento da história. Então, não como pessoa, mas aquele comportamento político dele naquele momento foi um comportamento que acabou levando o país a convulsão que levou.

    DITADURA MILITAR DE 64: Totalmente absurda. É uma coisa que a história tem que mostrar bem para que isso nunca mais se repita.

    TANCREDO NEVES: Era um conciliador. E, naquele período que se estava justamente saindo da ditadura militar, era pessoa certa para exercer a conciliação.

    SARNEY: Tem um papel de muita relevância na história porque acabou conduzindo aquilo que era o papel que o Tancredo tinha. Ele promoveu a Constituinte, a Reforma Partidária. É o da abertura.

    FERNANDO COLLOR: Ali ele pecou porque vinha numa eleição solteira. Pelo fato de ser uma eleição solteira, ainda não existia muito o conceito de marketing, ele soube aproveitar bem e não governou com os princípios que o levaram a se eleger.

    ITAMAR FRANCO: Veio depois do impeachment e conseguiu pelo menos manter o país até a próxima eleição. Então, ele cumpriu aquilo que o destino acabou lhe reservando.

    FERNANDO HENRIQUE CARDOSO: Promoveu a estabilidade da economia. Era um perfil conciliador também. E, por esse perfil conciliador, ele conseguiu contemporizar o Itamar. Começou um plano dentro do governo Itamar. Teve muitos acertos em seu governo e teve muitos erros também.

    LULA: É um brasileiro que é o exemplo daquilo que você pode ter de ascensão de classe social e de mudança de vida, de uma esperança de um povo daqueles que não tiveram oportunidade de chegar a um estágio de estudo, a um estágio de acesso a renda. Ele governou para os mais pobres. É um exemplo do ponto de vista daquilo que ele começou a fazer, daquilo que ele continuou a fazer.

    DILMA ROUSSEFF: É a presidente da República que foi efetivamente a sucessora de um processo colocado pelo PT. Claro que uma origem diferenciada. É uma pessoa que, de uma certa forma, ela vem de um sofrimento de um processo de ditadura militar. Ela é um exemplo de sobrevivência. É uma pessoa extremamente capacitada. Ela tem seus méritos. [...] Ela ainda está terminando sua história de exercício. Tem que deixar mais… O Lula, o segundo mandato dele foi muito melhor que o primeiro. O Fernando Henrique, o segundo mandato dele foi muito pior. Tem de esperar o segundo mandato dela para você ter uma conceituação definitiva do que pode ser.

    REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL: Sim.

    CRIMINALIZAÇÃO DA HOMOFOBIA: Não. Quero deixar isso bem claro. Não quero ficar como homofóbico. Sim, desde que com a liberdade de direito de culto.

    DESCRIMINALIZAÇÃO DO USO DA MACONHA: Não.

    AMPLIAÇÃO DO DIREITO AO ABORTO: Aborto nunca.

    MANTER A LEGISLAÇÃO COMO ESTÁ? Piorando e agravando a pena para médicos que são açougueiros.


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