quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

A colunista do Brasil247, Tereza Cruvinel, denuncia na sua coluna o "ovo da serpente" que está sendo gestado no TSE, a partir da figura sinistra do ministro Gilmar Mendes, encarregado de promover o 2º turno das eleições presidenciais, em favor do tucanato que não admite ter perdido, mais uma vez, para as forças progressistas. 

03/12/2014

Medidas sugerem que ele procura conexões entre Lava Jato e campanha

Aonde o ministro Gilmar Mendes quer chegar com a “devassa” que, segundo O Globo, está fazendo na prestação de contas da campanha da presidente Dilma?
Os mais ingênuos podem ter acreditado na declaração inicial dele, inclusive ao 247, de que “se não tem problemas estará tudo ok”. Os mais realistas sabem que Gilmar fará tudo o que estiver ao alcance de seus poderes para “encontrar” problemas. As medidas que ele estará tomando, inéditas no exame de prestações de contas, são claramente indicadoras das suspeitas que o movem: a de uma conexão entre os principais doadores da campanha, que são empreiteiras, e o esquema de corrupção na Petrobrás.

Quando o ministro pede à Receita que informe se as empresas extrapolaram o limite de doação (2% do faturamento bruto anual) e se o valor doado é compatível com o faturamento, e ainda quando requer ao Banco Central o envio dos extratos que comprovam os repasses, o ministro externa duas suspeitas. No primeiro caso, a de que algumas empresas podem ter agido apenas como repassadoras de dinheiro ilícito, doando além do limite e do próprio faturamento. No segundo caso, quando pede os extratos comprovando que o dinheiro realmente foi depositado na conta do partido ou da campanha, a suspeita é a de que algumas empresas podem ter feito apenas um “acerto contábil” e uma legalização de recursos já repassados, seja lá de que origem for.
Não é preciso perguntar quem está na mira de Gilmar. São as empresas investigadas pela Operação Lava Jato. Sete das dez envolvidas fizeram doações importantes para a campanha de Dilma: Juntas, doaram R$ 49,2 milhões para Dilma (14% do total arrecadado). São elas Odebrecht, UTC, Queirós Galvão, Camargo Corrêa, Galvão Engenharia. A Engevix doou para os comitês estaduais. Cinco das investigadas foram generosas também com Aécio, doando R$ 15,17 milhões (7,5% do total arrecadado). São elas OAS, Odebrecht, Brasken, Queirós Galvão e Camargo Corrêa.

Pau que bate em Chico bate em Francisco? Aparentemente. Se elas doaram para os dois, tudo fica na conta de nosso podre sistema de financiamento de campanhas, que permite relações incestuosas entre o Estado e o setor privado. Mas há uma diferença em relação a Dilma. Se encontrada a conexão que Gilmar procura,  a oposição ganharia o discurso de que houve crime de responsabilidade, cabendo a abertura de processo de impeachment. Dificilmente este terceiro turno conseguiria seus objetivos mas a algaravia política aumentaria muito. Já está alta.


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