A colunista do Brasil247, Tereza Cruvinel, denuncia na sua coluna o "ovo da serpente" que está sendo gestado no TSE, a partir da figura sinistra do ministro Gilmar Mendes, encarregado de promover o 2º turno das eleições presidenciais, em favor do tucanato que não admite ter perdido, mais uma vez, para as forças progressistas.
03/12/2014
Medidas sugerem que ele procura conexões entre Lava Jato e campanha
Aonde o ministro
Gilmar Mendes quer chegar com a “devassa” que, segundo O Globo, está fazendo na
prestação de contas da campanha da presidente Dilma?
Os mais ingênuos
podem ter acreditado na declaração inicial dele, inclusive ao 247, de que “se
não tem problemas estará tudo ok”. Os mais realistas sabem que Gilmar fará tudo
o que estiver ao alcance de seus poderes para “encontrar” problemas. As medidas
que ele estará tomando, inéditas no exame de prestações de contas, são
claramente indicadoras das suspeitas que o movem: a de uma conexão entre os
principais doadores da campanha, que são empreiteiras, e o esquema de corrupção
na Petrobrás.
Quando o ministro
pede à Receita que informe se as empresas extrapolaram o limite de doação (2%
do faturamento bruto anual) e se o valor doado é compatível com o faturamento,
e ainda quando requer ao Banco Central o envio dos extratos que comprovam os
repasses, o ministro externa duas suspeitas. No primeiro caso, a de que algumas
empresas podem ter agido apenas como repassadoras de dinheiro ilícito, doando
além do limite e do próprio faturamento. No segundo caso, quando pede os extratos
comprovando que o dinheiro realmente foi depositado na conta do partido ou da
campanha, a suspeita é a de que algumas empresas podem ter feito apenas um
“acerto contábil” e uma legalização de recursos já repassados, seja lá de que
origem for.
Não é preciso
perguntar quem está na mira de Gilmar. São as empresas investigadas pela
Operação Lava Jato. Sete das dez envolvidas fizeram doações importantes para a
campanha de Dilma: Juntas, doaram R$ 49,2 milhões para Dilma (14% do total
arrecadado). São elas Odebrecht, UTC, Queirós Galvão, Camargo Corrêa, Galvão
Engenharia. A Engevix doou para os comitês estaduais. Cinco das investigadas
foram generosas também com Aécio, doando R$ 15,17 milhões (7,5% do total
arrecadado). São elas OAS, Odebrecht, Brasken, Queirós Galvão e Camargo Corrêa.
Pau que bate em
Chico bate em Francisco? Aparentemente. Se elas doaram para os dois, tudo fica
na conta de nosso podre sistema de financiamento de campanhas, que permite
relações incestuosas entre o Estado e o setor privado. Mas há uma diferença em
relação a Dilma. Se encontrada a conexão que Gilmar procura, a
oposição ganharia o discurso de que houve crime de responsabilidade,
cabendo a abertura de processo de impeachment. Dificilmente este terceiro turno
conseguiria seus objetivos mas a algaravia política aumentaria muito. Já está
alta.
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